Conhecendo os Efluentes:
Qualquer resíduo oriundo do esgoto doméstico, como da água do banho, da lavagem de roupas, de louças, da descarga do vaso sanitário, ou industrial como água de lavagem de utensílios e equipamentos, água de refrigeração e até mesmo agrícola quando lançados ao meio ambiente representam um efluente.
Ainda de acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) com base no ano de 2019, cerca de 54,1% da população total é atendida por redes de esgoto, porém o diagnóstico revela que o volume efetivamente tratado do total que é gerado ainda é baixo, e equivale a 49,1%. Mesmo assim, o índice é 2,8% maior que o registrado no ano anterior.
Desta forma, isto significa que os efluentes compostos por esgoto de prédio e caixa de gordura de casas que não são coletados ou tratados são despejados diretamente nos rios, lagos e oceanos, poluindo fontes de captação de água.
Indiferente da origem todos trazem grandes impactos à sociedade e ao meio ambiente, os efluentes de origem industrial e agrícola ainda ganham destaque, pois são ricos em metais pesados, óleos, entre outros.
Portanto, antes do efluente retornar aos corpos hídricos é necessário passar por um tratamento, onde o método para tratar depende da carga de poluição presente no mesmo, que são identificados a partir de coleta de amostra e posterior análise.
Vale lembrar que o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) de acordo com a Resolução 357/2005 (alterada pela Resolução 410/2009 e pela 430/2011), estabelece parâmetros aos efluentes que voltam à natureza e classifica os corpos de água.
Tratamento efluente
O tratamento de efluente em uma estação de tratamento é dividido da seguinte forma:
Pré tratamento:
- Gradeamento: É a primeira etapa na estação de tratamento de esgoto, onde ocorre a retenção dos resíduos sólidos indevidamente lançados na rede de esgoto, como fraldas, papel higiênico, entre outros.
- Caixas de areia/desarenador: Essa estrutura serve para reter areia e outros resíduos menores que passaram pela etapa anterior.
Tratamento Primário:
- Processos físico-químicos: Nesta etapa ocorre a neutralização da carga poluidora presente no efluente, com o uso de um tanque de equalização e adição de produtos químicos. Em seguida, ocorre a separação de partículas líquidas ou sólidas através de processos como de floculação e sedimentação, utilizando floculadores e decantador (sedimentador) primário.
Tratamento Secundário:
- Remoção da matéria orgânica: ocorre através de reações bioquímicas, podendo ser na presença ou ausência de ar. Os processos com ar simulam o processo natural de decomposição, com eficiência no tratamento de partículas finas em suspensão e o oxigênio pode ser obtido por agitação mecânica. Já na ausência de oxigênio consistem na estabilização de resíduos feita pela ação de microorganismos.
Tratamento Terciário:
- Visa a remoção do material em solução que não foi tratado nas etapas anteriores, como é o caso da remoção de macronutrientes (nitrogênio e fósforo) de metais pesados, compostos orgânicos recalcitrantes e/ou refratários ou ainda na remoção da cor ou até mesmo na desinfecção.
Existe uma gama de setores que necessitam implantar uma estação de tratamento para seus efluentes, a seguir é apresentado os mais comuns, entretanto, ressalta-se a importância de consultar junto ao órgão ambiental a obrigatoriedade de licenciar tal atividade e instalação:
Área da construção civil, com seus efluentes sanitários e lama bentonítica;
Indústria de bebidas, como de refrigerantes, destilados, fermentados, sucos e bebidas lácteas;
Indústria alimentícia;
Indústria de cosméticos;
Outras.
É importante destacar que empresas que necessitam realizar o descarte e tratamento correto do efluente, caso não o façam além de agredir ao meio ambiente, podendo trazer danos irreversíveis, ficam suscetíveis a responder processos administrativos e serem até punidas com multas, paralisação ou até fechamento do empreendimento.