Você pode estar gastando mais em saúde devido à má gestão dos RSU. Sabia porque e como você pode mudar esta realidade no seu município.
A dificuldade financeira da grande parte dos municípios brasileiros é de conhecimento de todos.
Isso torna a administração pública um imenso desafio para o gestor manter serviços como hospitais, escolas, transporte, limpeza urbana entre outros.
A propósito, a gestão dos resíduos sólidos urbanos (RSU), que muitas vezes se resume apenas na coleta aos olhos dos cidadãos, exige pelo menos mais duas etapas que geram custos diretos a este serviço:
- O transporte e a correta destinação final, sem contar em coleta seletiva,
- Triagem e reciclagem conforme rege a lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
Estas exigências tornam a gestão dos RSU um problema para a maioria dos municípios, sobretudo os menores, onde recursos escassos somados à falta de escala fazem com que a adequada disposição final dos resíduos não faça parte do planejamento orçamentário da cidade.
Como os lixões ou aterros irregulares contaminam o solo e a água através da percolação do chorume, e o ar pela liberação do gás metano, ambos tóxicos para a saúde da população, estes acabam agravando diretamente os custos na saúde do município.
Ao contrário do que se pensa, a destinação inadequada dos resíduos sólidos não é nefasta apenas para saúde dos que trabalham ou transitam pelos lixões ou próximo deles.
Um estudo que analisou a produção de resíduos sólidos no Brasil entre 2010 e 2014 realizado pela Associação Internacional de Resíduos Sólidos, afirma que cerca de 1/3 da população brasileira seja afetado pelos problemas que poderiam ser evitados com a correta gestão do lixo.
O que se pode fazer para mudar estes dados
Dentre estes problemas, o estudo sugere que o descarte inadequado do lixo seja a causa de infecções intestinais e estomacais, problemas cardíacos, problemas de irritação das vias aéreas e problemas de pele, que não têm uma causa direta explicável. Isto é, toda a população que consome alimentos originados do solo e/ou água contaminada corre o risco de contrair doenças e epidemias que poderiam ser evitadas.
Esta mesma pesquisa estima que o Brasil gaste US$ 370 milhões (quase R$ 1,2 bilhões) não apenas para tratar indivíduos afetados pelo descarte incorreto de resíduos, mas também, o impacto dos dias de trabalho perdidos por afastamento médico e custos psicossociais causados aos cidadãos.
Além dos gastos com a saúde, outros US$ 2,1 bilhões (cerca de R$ 6,7 bilhões) serão gastos para tratar os danos ao meio ambiente, tais como, emissão de gases poluentes e contaminação da água e do solo, sem falar em multas e problemas judiciais que o crime ambiental pode causar para os prefeitos que poluem o meio ambiente.
No estudo citado anteriormente, o custo anual para tratar estes problemas de saúde causados pelo lixo é de U$ 500/habitante (aproximadamente R$ 1.500) e 1% da população, que é considerada uma taxa extremamente conservadora pelos especialistas.
Por exemplo, em uma cidade de 60 mil habitantes onde a gestão dos resíduos sólidos esteja inadequada, são gastos na saúde 900 mil reais por ano para tratar de doenças e epidemias causadas pelo lixo irregular. Será que os prefeitos brasileiros estão fazendo esta conta?
Conclusão
Portanto, ao contrário do que possam parecer, os gastos com a má gestão do lixo vão além da coleta, transporte e destino final, pois estes têm impactos gravíssimos tanto à natureza quanto à saúde da população.
Aumentar a receita nestes tempos de extrema dificuldade econômica é um grande desafio, por isso diminuir os custos se torna uma opção coerente e eficiente para ter uma gestão pública responsável. Ter um município empenhado em controlar seus gastos com a saúde, corrigir a gestão dos resíduos sólidos e preservar o meio ambiente vêm ao encontro do desejo de todos os cidadãos.
A prevenção é muito mais barata que a remediação, mas a realidade da grande parte dos municípios, que tem aterros controlados ou lixões a céu aberto, é a necessidade de uma solução que estanque esse problema de imediato e que caiba no modesto orçamento das prefeituras.
Um abraço!
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