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Biopolímeros a partir de resíduos

Você sabia que os biopolímeros podem ser utilizados em diversas atividades, que vão desde seu uso no campo até nos grandes centros urbanos, como exemplo disto, cita-se a agricultura e as construções civis, respectivamente. Mas você sabe o que são biopolímeros?

Os biopolímeros consistem em polímeros que podem ser produzidos a partir de matérias-primas de fontes renováveis, como por exemplo,  a cana-de-açúcar (produzindo a celulose) e o milho (produzindo o amido), dentre outras fontes que apresentam ciclos de vida mais curtos.

Portanto, de forma rápida conseguem renovar-se, sendo essa umas das vantagens de não se utilizar matérias-primas de origens fósseis – como o petróleo –, que demoram milhares de anos para se formar.

Mas vale ressaltar que apesar de existir uma pegada mais sustentável, devido aos produtos neutros em carbono, é importante ter ciência de que nem todos biopolímeros são biodegradáveis, ou seja, que em condições adequadas de umidade, calor, presença de oxigênio e micro-organismos, degradam-se naturalmente e existem limitações devido a difícil processabilidade a depender do material, restringindo-se a produção de alguns plásticos.

Tipos de biopolímeros e suas aplicações

Os principais tipos de biopolímeros são polímero de amido (PA), polihidroxialcanoato (PHA) e polilactato (PLA). A seguir vamos expor resumidamente cada tipo:

  • Polímero de amido (PA): consiste em um polissacarídeo que pode ser produzido a partir da batata, do milho, do trigo e da mandioca. Onde o amido presente pode ser retirado, para passar por um processo químico de desestabilização e um rearranjo na cadeia de moléculas, gerando assim um material plástico. Dentre as  principais aplicações do PA, tem-se a fabricação de sacos de lixo, material de preenchimento de embalagens e fabricação de filmes comestíveis para embalagem e proteção de alimentos. Estes protegem do escurecimento que ocorre em frutos, e podem apresentar ações bactericidas e fungicidas, diminuindo o desenvolvimento de organismos patogênicos. 
  • Polihidroxialcanoato (PHA): é produzido, em biorreatores, por bactérias que guardam os biopolímeros em suas células. Esses polímeros ajudam  na confecção de suturas, implantes e fixações ósseas e devem ser absorvidos pelo organismo conforme  ocorre a regeneração de um tecido.
  • Polilactato (PLA): consiste em um polímero que é produzido a partir do ácido láctico, que provém da fermentação bacteriana de glicose extraída do milho. Onde a partir de processos químicos, converte-se esse ácido em plástico e, assim, pode ser usado na confecção de embalagens, itens de descarte rápido e fibras para vestimentas e  forrações.

Existem também os biopolímeros Polibutileno succinato (PBS), Polietileno  (PE), Polietileno tereftalato (PET) e Politereftalato de trimetileno (PTT). O ramo de biopolímeros está em constante estudo e evolução e cada vez surgem diferentes tipos e fontes de biopolímero. A figura abaixo ilustra as diferenças encontradas entre cada tipo de polímero, e seus principais representantes dentre os materiais conhecidos atualmente.

Apesar da grande busca por produtos biotecnológicos como soluções e opções mais sustentáveis aos plásticos, um fator que limita este avanço é o fato do plástico convencional possuir um valor de aquisição muito mais barato e prático, o que torna sua eliminação do cotidiano mais difícil, e atrelando essa substituição a conscientização ambiental da população.

Estima-se que uma sacola produzida por biopolímero pode custar de três a quatro vezes a mais do que uma similar fabricada com resina convencional. Segundo informações divulgadas pela European Bioplastics apenas 1% dos plásticos no mundo são biopolímeros. 

Ainda, de acordo com os últimos dados de mercado compilados pela European Bioplastics, a capacidade de produção global de bioplásticos possui uma previsão de crescimento de 36% no médio prazo, ou seja, de cerca de 2,11 milhões de toneladas em 2020 para aproximadamente 2,8 milhões de toneladas em 2025. 

Enquanto o plástico de biopolímero não torna-se uma realidade em nosso cotidiano, repense seus hábitos de consumo, repense o uso do plástico, confira algumas dicas que separamos para te ajudar:

  • Evite os plásticos de uso único, tais como os canudinhos, talheres e pratos;
  • Se for fazer compras no supermercado, não esqueça de levar uma sacola de tecido;
  • Compre mais alimentos a granel e menos produtos embalados;
  • Substitua os tupperware de plástico por recipientes de vidro ou aço;
  • Conscientize seus amigos e familiares sobre a importância de reduzir o consumo de plásticos;
  • Preste atenção e coloque os plásticos na lixeira de reciclagem correta;
  • Aposte na reutilização e dê uma segunda oportunidade para certas embalagens;
  • Fique atento na descrição das embalagens, veja se foi feito com plástico reciclável ou se tem menor porcentagem de plástico na embalagem, se é biodegradável e/ou se é um biopolímero.
Danize de Souza Justen

Danize de Souza Justen

Analista de Pesquisa de Mercado na Ecosol Soluções Ecológicas. Engenheira Agroindustrial Agroquímica - Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Cursando Pós-Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária