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Coleta Convencional e Coleta Seletiva: entenda suas peculiaridades

A importância da coleta se torna clara quando você observa o seu próprio resíduo. Por exemplo, na sua cidade a coleta ocorre regularmente de duas a três vezes na semana pelo menos, certo? Mas mesmo assim, você consegue acumular uma quantidade significativa de resíduos diariamente em sua residência. Já pensou você gerando todo este resíduo diariamente e não haver coleta? Seria um verdadeiro colapso.

Por se tratar de uma necessidade pública o responsável pelo serviço de coleta é o município. O Gestor público pode escolher realizar a gestão dos resíduos ou terceirizar esse serviço através de uma empresa especializada.

Entretanto, para o município ter uma coleta eficiente é preciso que ela seja bem estruturada e para isso é necessário fazer um amplo estudo. Nesse estudo é analisada a quantidade gerada nos bairros, realizada a otimização de rota e é definida a frequência, quantidade de equipamentos e a equipe necessária, além dos tipos de coleta que o município terá.

Dessa forma, entendemos que a responsabilidade de uma coleta eficiente também é sua obrigação como cidadão, pois você é o poluidor primário. Portanto, é sua responsabilidade realizar a separação dos resíduos para cada tipo de coleta, acondicionar em local adequado e no dia correto.

Por falar em coleta, você sabe quais os tipos existem e suas diferenças? Basicamente, existem três sistemas de coleta de resíduos sólidos urbanos, sendo eles:

  • Coleta convencional;
  • Coleta seletiva;
  • Coleta informal.

A seguir serão abordados cada tipo de coleta, com mais detalhes.

A coleta convencional no Brasil

Praticamente todos os municípios possuem coleta convencional. Ela consiste em recolher todo o resíduo disposto em lixeiras urbanas, coletando diretamente na fonte geradora. Subsequentemente, os mesmos são encaminhados para a destinação final que fica a critério dos órgãos públicos regionais.

O correto seria que esse tipo de coleta recolhesse apenas resíduos orgânicos e rejeitos, entretanto, no Brasil ainda é pouco difundida a correta separação dos resíduos. Sem contar que grande parte dos veículos desse tipo de coleta são caminhões compactadores com variações das capacidades e funcionalidades. Porém, esse tipo de veículo acaba comprometendo alguns dos materiais recicláveis que acabam sendo misturados, tornando inviável seu reaproveitamento.

Uma ressalva em relação à coleta convencional é que apesar de todos os municípios possuírem coleta, nem todas as residências estão sendo atendidas, e as mais prejudicadas ainda são aquelas localizadas na zona rural. Contudo, a taxa de cobertura de coleta dos resíduos sólidos tem aumentado de modo gradativo nos últimos anos e sabemos que esse serviço ainda necessita ser melhorado!

Outra preocupação da gestão pública é a destinação final e uma das estratégias adotadas pelos governantes para reduzir a quantidade de resíduos dispostos nos aterros é a implementação do sistema de coleta seletiva. Porém, o Brasil ainda necessita de um maciço investimento em políticas públicas e educação ambiental para conseguir superar este desafio.

Mas aí vem a questão: você sabe o que é a coleta seletiva, qual é o material que pode ser reciclado?

A Coleta seletiva e seus benefícios

Na coleta seletiva enquadram-se aqueles resíduos que podem ser reciclados.

Alguns exemplos:

  • Plásticos;
  • Papel;
  • Metal;
  • Vidro.

Esses materiais quando descartados de forma correta, possuem diversos benefícios como a redução da quantidade de lixo que possuem como destino final os aterros sanitários ou em muitos casos lixões a céu aberto.

Além disso, fomenta o mercado de reúso desses materiais para a fabricação de novos produtos. Separar os materiais recicláveis dos orgânicos facilita o trabalho das empresas de coleta e contribui com o trabalho das unidades de reciclagem.

Como é realizada a coleta seletiva?  

Quando a coleta de recicláveis existe e você realiza a segregação e acondicionamento de forma correta – que pode ser em vasilhas domiciliares, tambores, sacos de papel, contêineres comuns ou sacos plásticos (que é o método mais difundido no Brasil) – os resíduos são transportados por veículos coletores que variam de acordo com cada município, pois podem ser do tipo comum (tipos gaiola) ou os mais adequados para a coleta (tipo baú fechado) que impedem que a chuva venha a danificar alguns materiais.

Posteriormente, os materiais são transportados para um local denominado centrais, estações ou galpões de triagem. Nesta etapa ocorre a separação de acordo com sua composição, na sequência, alguns passam por prensagem para reduzir volume e após são vendidos para a indústria de reciclagem. Normalmente este valor arrecadado é dividido entre associações de catadores ou cooperativas.

Infelizmente, no Brasil, o material reciclável não possui um alto valor de comercialização, o que dificulta o beneficiamento dos resíduos. Outro fator que muitas vezes acaba atrapalhando o engajamento do setor público no gerenciamento de resíduos sólidos recicláveis é o alto custo que as prefeituras possuem.

De acordo com os dados do Compromisso Empresarial para Reciclagem – CEMPRE (2018), enquanto a coleta regular de uma tonelada de lixo nas cidades brasileiras custa em média R$ 95,00 a seletiva custa em torno de R$ 389,00 por tonelada. Por mais que o custo da coleta seletiva venha diminuindo gradativamente ao longo dos últimos anos, ainda existe uma enorme discrepância entre os mesmos.

Coleta informal

Além dos dois tipos de coleta mencionados acima, ainda existe a coleta informal, que é realizada por meio de captação manual, normalmente quem as realiza são os cidadãos conhecidos como catadores de lixo nas ruas ou nos lixões, o que muitos não reconhecem é que está coleta desempenha um papel fundamental na reciclagem.

Como fazer a sua parte?

Se o seu município ainda não possui um programa de coleta seletiva, não se preocupe. O Blog ensina você a começar uma! Não sabe como? Confira logo abaixo algumas dicas que separamos:

  • Comece a separar os resíduos que são gerados na sua residência, no seu local de trabalho;
  • Convide todos ao seu redor para fazer o mesmo, nunca é tarde para começar!
  • Separou os materiais que são recicláveis e agora? Caso seu município não possui o programa, então esse material acaba indo para o aterro. Para evitar que isso aconteça procure Cooperativas e ONGs que recebem esses materiais. Algumas recicladoras até recolhem os recicláveis, se for acumulada grandes quantidades;
  • Descarte corretamente o óleo de cozinha;
  • A internet está cheia de vídeos ensinando como reciclar ou reaproveitar, quem sabe essa é a oportunidade para desenvolver uma nova atividade!

A coleta seletiva é só o começo, mas já faz uma grande diferença.

Há muito o que se fazer para garantir que as futuras gerações tenham recursos suficientes para viver bem. Faça a sua parte e colabore com o planeta!

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Danize de Souza Justen

Danize de Souza Justen

Analista de Pesquisa de Mercado na Ecosol Soluções Ecológicas. Engenheira Agroindustrial Agroquímica - Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Cursando Pós-Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária